quarta-feira, 3 de julho de 2013

O EUROPEU E SEU CONCEITO DE CIVILIDADE





Neste capítulo temos o objetivo de mostrar como as transformações econômicas e sociais que ocorreram na Europa, entre os séculos XIV e XVI, propiciaram ao homem da sua época uma nova forma de ver o mundo e de conhecer a si próprio como o outro, pois em meio a toda essa gama de desenvolvimento buscava-se o “homem” perfeito, o modelo ideal de civilidade, pronto a usufruir de todos os benefícios que esse desenvolvimento podia lhe ofertar. Também trataremos a respeito das continuidades que se observaram nesse período, herdadas principalmente do medievo.
A ideia de ruptura esta muito atrelada a este período, é corriqueiro vermos na historiografia a descrição do período hoje denominado “Idade Moderna”, iniciado a partir do século XIV, como sendo de total ruptura com o período predecessor a ele, hoje chamado na historiografia de Idade Média, quando na realidade trata-se de continuidades. Os períodos anteriores foram responsáveis por preparar o território para que o desenvolvimento econômico e, consequentemente, científico acontecesse. Porém, o medievo foi rotulado como período trevoso e supersticioso quando relacionado a conhecimentos, por parte dos homens ‘modernos’.
Podemos perceber, no entanto, que a Idade Média também teve seus ‘renascimentos’, dando destaque aqui ao período Carolíngio. O Império de Carlos Magno teve uma evolução nos conhecimentos, graças a reformas que foram executadas na educação, servindo posteriormente como modelos para outras escolas, abrindo caminho para outro episódio, o Renascimento do século XII que segundo Jeffrey Richards (1993, p. 13) “O século XII foi outro desses períodos. Assistiu a uma curva ascendente de auto-expressão na religião e na sexualidade, com homens e mulheres buscando explícita ou implicitamente maior acesso a Deus e maior controle de seus corpos”.
Esse período desfrutou dos resultados obtidos através das cruzadas, as antigas rotas de comércio foram reabertas, que antes estavam inutilizadas por ocasião da dominação do islã em seus territórios. Com sua reabertura foi possível resgatar as rotas de comércio entre a Europa e o Oriente que se faziam através do Mar Mediterrâneo, reativando a economia europeia a partir dos séculos VIII e IX.
Nos séculos XI e XII, começaram a ocorrer várias mudanças sociais, políticas e econômicas. Evoluções técnicas possibilitaram o cultivo de novas terras e aumentaram a diversidade dos produtos agrícolas, sustentando uma população que crescia rapidamente. O crescimento populacional e consequentemente o aumento da produtividade agrícola permitiram um fortalecimento da vida urbana. As cidades cresceram e tornaram-se centros de comércio e artesanato, abandonando a sua dependência agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros. Muitas cidades europeias, chamadas de burgos, acabaram por tornarem-se livres das relações servis e do domínio dos nobres (senhores feudais) se transformando em ilhas de capitalismo em um continente feudal. Devido a grande produção agrícola, estavam surgindo estoques de muitos produtos, onde eram mais que suficientes para a população, gerando um grande excesso, favorecendo para que esse excesso fosse comercializado. O comércio estava em franca expansão e se impôs como uma das atividades econômicas mais determinantes da sociedade. Segundo José Américo Motta Pessanha (1985, p. 19):


Surge então uma nova fase dentro da Idade Média, dotada de dinâmica social mais intensa e cada vez mais distanciada dos padrões da Idade Média primitiva de base fundamentalmente agrária, fechada numa economia dominial imposta pelo cerco estabelecido pela expansão do Islã.


Nessa Idade Média considerada “primitiva” todas as atividades comerciais de cunho urbano foram drasticamente reduzidas, o artesanato e o comércio haviam decaído e se reduzido enormemente, ao mesmo tempo em que o vínculo à posse de terras aumentava, a economia havia se tornado de base agrária e nessas condições o poder político ficara estreitamente ligado à posse de terras. A estrutura social tinha se constituído hierarquicamente com pouquíssima possibilidade de mudanças de níveis sociais, o topo da pirâmide era ocupado pelos grandes donos de terras, os senhores feudais, e pela Igreja Católica, que era a maior detentora de terras. Ao levarmos em conta uma Europa que havia sido completamente ‘barbarizada’, percebemos que todo o conhecimento foi resguardado pela Igreja Católica, que passou a deter quase que exclusivamente de todos os instrumentos culturais da época.
Vale ressaltar que na época esse contexto não se generalizou por todo o continente europeu, notamos áreas em que o comércio se realizava de forma intensa, como é o caso dos países próximos ao Mar do Norte, como também em Veneza, que continuou com seus contatos comerciais com o Oriente. José Américo Motta Pessanha (1985, p. 22) afirma que:


Isso porque o cerco imposto pelo Islã e o bloqueio das rotas comerciais através do Mediterrâneo não impediram que intenso comércio permanecesse ocorrendo no mar do Norte, nem que Veneza mantivesse contatos comerciais com o Oriente. Assim, não é de admirar que, após a reabertura das velhas rotas comerciais devido às cruzadas, a dinâmica social dessas regiões, já economicamente diferenciadas dentro do panorama da primitiva Idade Média, se intensificasse ainda mais, ensejando a germinação de novos valores sociais e a elaboração de ideias inovadoras e novos cânones para nortear e valorar as diversas atividades humanas.


Por causa desse contraste é que percebemos porque as ideias renascentistas surgiram com mais força nessas áreas, se destacando os ingleses e os italianos. Voltando ao renascimento do Século XII, percebemos que com o restabelecimento do comércio com o Oriente e o desenvolvimento das cidades, começaram a ser derrubadas as bases da organização feudal. Na medida em que aumentava a demanda de produtos agrícolas para a alimentação da população urbana, elevou-se o preço dessas mercadorias, permitindo aos camponeses maiores fundos para a compra de sua liberdade. Ao mesmo tempo, a expansão do comércio e da indústria criou novas oportunidades de trabalho, atraindo os servos para as cidades. Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais e à insurreição camponesa, contribuíram depois para o declínio do feudalismo europeu, que viveu seu auge nesse período prévio ao renascimento.
Podemos perceber que a Idade Média vai além dos estereótipos criados para designá-la, notamos que ela foi dinâmica, fortemente criadora, mas por uma série de fatores isso foi sufocado, fazendo cair sobre ela o título de ‘Período das Trevas’. Para entendermos melhor, vamos ao século XIV.  A população europeia teria atingido números altíssimos para a época, cerca de 80 milhões de habitantes, segundo alguns, o continente estava superpovoado. Ocorre, então, uma sensível piora climática, que dificultou a agricultura e a produção de alimentos. Períodos de fome como o de 1315-1317, eventos catastróficos como a Peste Negra, além de conflitos como a Guerra dos cem anos, causam abalos nas estruturas da sociedade e trazem um forte baque no ciclo de prosperidade que havia se instalado. Algum tempo depois esse baque seria superado, mas então já estaremos na transição da Idade Média para a Idade Moderna, com o conhecido ‘Renascimento Italiano’, segundo Hilário Franco Júnior (2004, p. 16):


A baixa Idade Média (século XIV-meados do século XVI) com suas crises e seus rearranjos representou exatamente o parto daqueles novos tempos, a Modernidade. A crise do século XIV, orgânica, global, foi uma decorrência da vitalidade e da contínua expansão (demográfica, econômica, territorial) dos séculos XI – XIII o que levara o sistema aos limites possíveis de seu funcionamento. Logo, a recuperação a partir de meados do século XV deu-se em novos moldes, estabeleceu novas estruturas, porém assentadas sobre elementos medievais: o Renascimento (baseado no Renascimento do século XII), os Descobrimentos (continuadores das viagens dos normandos e dos italianos), o Protestantismo (sucessor vitorioso das heresias), o absolutismo (consumação da centralização monárquica).


Percebemos ao longo da discursão que o alvorecer dos ‘novos tempos’ traz suas continuidades e suas ‘descontinuidades’, vemos que todas as instituições que fizeram parte do período renascentista já estavam presentes no medievo, se há ruptura e oposição, existe também, em muitos casos duplo compromisso e continuidades. As Cruzadas, que ocorreram principalmente no século XII, trouxe a falência da estrutura de riqueza medieval, a terra. Com o surgimento do comércio, surgiu a classe burguesa. Essa classe era independente da Igreja e da nobreza. Com o capital que acumularam, estimularam uma estética que confrontava a estética católica, promotora da Inquisição, valor contrário a liberdade que essa classe tanto almejava. Era uma forma de ganhar uma distinção social legitima e que seus descendentes pudessem desfrutar.
Anteriormente citamos o fato de que quando o feudalismo imperava na Europa, algumas áreas continuaram a exercer um movimentado comércio, no caso da Itália, a cidade de Veneza era destaque pelo comércio que se exercia junto ao Oriente, esses fatores explicam ter sido a Itália o berço do Renascimento. Em primeiro lugar, as cidades italianas conheceram esse extraordinário desenvolvimento comercial a partir do século XII, transformando-se nos principais centros da economia europeia. Foi justamente ali que se iniciou o pré-capitalismo e, com ele, a intensificação da vida urbana, que modificaria as bases da sociedade. A vida nas cidades estreitou os contatos entre as pessoas, favorecendo o intercâmbio de ideias, a difusão de conhecimentos e uma nova maneira de ver o mundo.
O Renascimento do Século XV pode ser considerado como a manifestação cultural dessa nova composição social, na qual o enriquecimento tanto de governantes como de particulares possibilitou a prática do mecenato. Sob a proteção direta de ricos patrocinadores (os mecenas), a vida cultural tendeu a expressar os valores correspondentes aos interesses da classe que emergira com o novo sistema, ou seja, a burguesia. Em suma, o Renascimento do século XV é a expressão de uma nova mentalidade, gerada pelo pré-capitalismo. Como todo discurso formado tem uma ideologia por traz dos sujeitos dominantes, um jogo de interesses relacionados, o medievo sofreu esse preconceito, quando visto a luz dos ideais do homem renascentista, segundo Hilário Franco Júnior (2004, p. 11):


No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado em relação aos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Este se via como o renascimento da civilização greco-latina, e portanto tudo que estivera entre aqueles picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é claro) não passara de um hiato, de um intervalo.


Fica claro que o discurso adotado pelo homem renascentista era o de repúdio a qualquer prática que retardasse o avanço do conhecimento, foi justamente esse discurso que a burguesia procurou legitimar, frente a uma sociedade em que as mudanças eram evitadas a todo custo, em que a hierarquia ainda obedecia ao critério do nascimento, a burguesia precisava encontrar outra maneira de alcançar o prestígio que o sangue plebeu lhe negava. Assim, o patrocínio de atividades culturais significaria uma elevação do status social. Segundo José Américo Motta Pessanha (1985, p.22):



O homem que ascende social e economicamente não pode mais aceitar como naturais – e, portanto, definitivos – os “lugares” das coisas e sobretudo das pessoas. Não pode admitir que os lugares estejam desde sempre – e, portanto, para sempre – definidos; nem que as hierarquias sejam rígidas e perenes; nem que tudo esteja previamente – porque essencialmente – para sempre estabelecido.



Nesse contexto, o ideal seria que a mentalidade aos poucos voltasse a ser antropocêntrica, tendo como exemplo principal os gregos, para que os valores medievais fossem, pouco a pouco, sufocados. Para isso a burguesia, inicialmente italiana, passa a financiar os artistas renascentistas, como Michelângelo, Leonardo Da Vinci, Rafael Sanzio, dentre outros. O interesse da burguesia era derrubar antigos valores típicos da nobreza da Idade Média e instaurar a nova mentalidade que valorizava a razão em detrimento à fé, valores esses que eram favoráveis à burguesia. Nesse contexto, de desenvolvimento econômico, as concepções acerca de como o indivíduo deveria agir em sociedade também se transformava, o acúmulo de capital financeiro fizeram com que a sua concepção acerca dele, e dos que os rodeavam mudassem. Uma nova forma de viver em sociedade estava surgindo e o corpo passa a ser elemento dessa ideologia, e as maneiras de o indivíduo se comportar em público ganharam destaque e uma sequência de regras iam surgindo, o indivíduo agora não era como era, e sim como parecia, ou melhor, como conseguia aparecer, segundo Philippe Arìes (2009, p. 11):


Pois, sobretudo a partir dos séculos XV e XVI, havia mais espaço de manobra numa comunidade que o enriquecimento e a diversidade das ocupações tornavam cada vez mais desigual. Os meios de agir consistiam em ganhar a aprovação ou a inveja ou pelo menos a tolerância da opinião graças ao parecer, quer dizer, à honra.


Na Europa, devido às transformações econômicas e sociais, o comportamento passou nesse momento, portanto, a ser regulado a partir do grupo social em que o indivíduo estava inserido, sendo codificados todos os movimentos corporais do mesmo, desde sua postura até seu modo de falar. As regras começaram a ser divulgadas, e o comportamento passou a ser definido como regra geral para identificar o grupo social ao qual o indivíduo pertencia, regras que iam desde o modo de se comportar das crianças, até os mais velhos. O corpo passa a ser visto como principal meio civilizador e tinha que ser domesticado e moldado, é nele que essa ideologia ia ser aplicada, segundo Jacques Revel (1991, p.169):


Com efeito, o século XVI é o de um intenso esforço de codificação e controle dos comportamentos. Submete-os às normas da civilidade, isto é, às exigências do comércio social. Existe uma linguagem dos corpos, sim, porém destina-se aos outros, que devem poder captá-la.


Dessa forma, todo e qualquer comportamento que estivesse fora dos padrões estabelecidos eram considerados anormais e, portanto revisto e corrigidos, a naturalidade corporal era cada vez mais reprimida, e quanto mais ele se afastasse de sua naturalidade, mais civilizado ele seria. Nesse momento, porém questiona-se até que ponto essa nova forma de pensar romperia as fronteiras da “elite pensante” e se estenderia ao resto da população. A mentalidade renascentista ainda era muito limitada à classe dominante, letrada, o resto da população continuava ignorante e consequentemente alheia a todo esse processo, segundo Philippe Ariès (2009, p. 11) “[...] estabelecer como princípio que, de meados da Idade Média ao final do século XVII, não houve mudança real das mentalidades profundas [...]”.
No florescer da modernidade o homem estava muito mais ligado à religiosidade do que qualquer outro momento, ela estava impregnada no seu dia a dia, os embates religiosos dilaceravam a Europa, as mudanças na mentalidade das sociedades europeias repercutiram também no campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa medieval, foi duramente criticada, criticas essas que eram apoiadas principalmente pela burguesia, como citado anteriormente. As graves críticas a Igreja e as transformações econômicas e sociais, já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumularam-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma Protestante.
Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causas que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa, outros fatores estavam relacionados. Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja católica foi punir os rebeldes, na esperança de que as ideias reformistas não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não obteve bons resultados. O movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores.
Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das estruturas administrativas da Igreja Católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contrarreforma. Todas as táticas desse movimento foram decididas no Concilio de Trento, que discorreu sobre os dogmas, a preparação intelectual do clero, a criação da Ordem dos Jesuítas, mostrando assim a preocupação da Igreja em expandir seu domínio através do Novo Mundo, tema que abordaremos mais afundo nos próximos capítulos.
Dessa maneira, Portugal se mostrava como país fortemente católico, e o mesmo funcionava em conjunto com a Igreja Católica, eram muito ligados, fato que nos explica a proporção da colonização das terras brasílicas e de como essa dualidade estava inserida no cotidiano das pessoas, sendo manifesta também no Novo Mundo, segundo Ronaldo Vainfas (2001, p. 293):


Em Portugal, as decisões de Trento foram acolhidas quase imediatamente ao final do concílio, mas a aplicação delas conheceu nuances que se explicam pelas peculiares relações entre a Igreja e a Coroa estabelecidas desde o inicio do século XVI. Diante da expansão marítima e seu consequente afluxo de riquezas, somados ao abalo provocado pelas reformas protestantes, a Coroa lusa recorreu à Igreja como instrumento por excelência de conservação dos poderes e costumes estabelecidos.


O mundo do europeu, mais precisamente do português, no século XVI, era dominado por uma dualidade definidora e decisiva para todo o cotidiano e contexto em que a Europa estava inserida no momento. E era dessa Europa que se colocava como centro de tudo, onde todas as regras e moldes civilizatórios se difundiam, ela que se colocava como centro da humanidade, vivendo na dinâmica nesse momento de fortes mudanças para os que estavam sobe esse contexto de colonização da América. Foi nessa dualidade, e porque não dizer ambiguidade, que falamos a pouco está inserida a Europa que chega a América. Esse período é caracterizado por um embate das Luzes e das Trevas, com as marcas do Renascimento que evocava um desenvolvimento econômico, do lucrativo comércio por meio do oceano. Em outra frente às consequências da Inquisição presentes no mundo do colonizador, segundo Wehling e Wehling (1999, p.20):
Forjou-se nos últimos anos da Idade Média, um mundo novo, ao qual o território que viria a ser o Brasil foi gradativamente incorporado a partir de 1500. Este mundo novo, do qual o “Novo Mundo” era apenas uma das expressões, resultou de uma gestação multissecular, na qual tem inicio a história do Brasil.


Consequentemente entender esse longo processo vivido pela sociedade europeia significa aqui não nos remetermos a essas mudanças como sendo embasadas apenas em resultado de situações políticas, econômicas e comerciais, mas, sobretudo estender todas essas rupturas e transformações na sociedade como um todo. Faz-se necessário entendermos todos esses contatos que estabelecidos, considerando sempre as contribuições, positivas ou negativas, que a Europa vem dar ao povo que encontraram nas terras brasílicas, até então desconhecidos para tais.
Os ares de toda essa dinâmica social que a população da Europa respirava, dava vida a corpos sociais desejosos de mudança. O Novo Mundo se mostrou como fruto desse desejo, uma novidade esboçada pelas ideias de transição para uma futura modernidade. São as novas terras uma verdadeira amostra da realidade que o europeu estava inserido naquele momento. Para Wehling e Wehling (1999, p. 51):


Montou-se, sob condição colonial, uma réplica da administração portuguesa. Travaram-se lutas de fundo religioso e politico com vistas á dominação territorial. Surgiram problemas culturais que desafiaram os padrões de compreensão da época.


Diante desse contexto, Portugal se encontrava com uma monarquia centralizadora, que vivia a concretização e o ponto mais alto do poder real. A nação portuguesa, do agitado século XVI como qualquer outra, tinha suas particularidades e estava por seus próprios meios se adequando a esses fatores sociais que vivia a Europa, fatores esses que já foram citados anteriormente. A historiografia foi sempre muito clara quando nos mostra a predisposição do homem português no conhecimento do mar. Já tendo obtido contato com outras sociedades, culturas e povos, o português era impulsionado a cada vez mais aperfeiçoar e não perder de vista a garantia de vida de sua nação, toda essa tradição nos explica os aspectos adquiridos e desenvolvidos pelos nossos colonizadores portugueses, tema que aprofundaremos no próximo capítulo.

Autor : Walmar Machado, Licenciado pelas FIP.



















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