Palavras chaves : África, racismo, olhar
imperial.
Objetivos:
1- Discutir a imagem criada do negro e o
preconceito racial;
2- Compreender as implicações dos discursos
racistas e suas conseqüências nos dias atuais;
No texto de Leila Hernandez "A África na
sala de aula : visita a História contemporânea" percebemos o objetivo
maior da autora: desconstruir a imagem comum
do continente africano. Para tanto, ela trabalha o olhar eurocêntrico
sobre aquele e discute suas ideologias e interesses .
Muitos procuram achar uma identidade para a
África, mas e para a Europa? - É como se os europeus não precisassem ser
caracterizados. A África vive prisioneira de um passado fictício, presa a um
presente imposto pelo exterior e refém de interesses econômicos também de fora.
Por isso o africano é facilmente descrito e explicado, como se fosse uma coisa
e não um ser. Devemos, portanto, despertarmos e vermos a África como um
complexo continente, cheio de complexas relações sociais, econômicas,
históricas. A autora pretende levantar debates e críticas sobre este tema afim
de aproximar o leitor das interpretações pré-concebidas deste continente. Ela
busca demonstrar a idéia de aistoricidade e visa apontar o dinamismo interno do
mesmo. Vejamos a África como um calidoscópio, heterogêneo e complexo!
[...]" Pretendo evidenciar a complexidade
e as múltiplas especificidades da história das várias áfricas, sem excluir os
elementos que também fazem parte de uma totalidade, ainda que atuando em
diferentes graus de intensidade" [...](p. 15)
Em " O Olhar Imperial" e a invenção
da África, Leila Hernandez trabalhará sobre o conhecimento produzido pelos
europeus colonizadores e exploradores do continente africano, demonstrando o
quanto este é tendencioso e legitimador de práticas tais como a exploração negreira (comércio
escravocrata).
[...]" Os estudos sobre esse mundo não
ocidental foram, antes de tudo, instrumentos de política nacional, contribuindo
de modo mais ou menos direto para uma rede de interesses político-econômicos
que ligavam as grandes empresas comerciais, as missões, as áreas de relações exteriores
e o mundo acadêmico."(p .17-18)
Por isso ao descreverem os africanos os
adjetivos sempre eram : frouxo, fleumático, indolente,incapaz, etc. A África é
apresentada como um sub mundo, sem passado e sem história. Hegel contribuiu e
muito para essa forma negativa de apreender a África. Logo, o negro foi vítima
de um discurso carregado de interesses políticos e financeiros; Tornou-se sua
cor, sua própria pele. É "inferior " por natureza ao branco. Tudo
isso legitimava a escravidão.
Concluímos que ver a África de modo homogêneo
é prejudicial no sentido em que os preconceitos são estabelecidos e
perpetuados. Essa maneira de enxergar este continente não permite indagações,
questionamentos aos estereótipos criados intencionalmente para um povo para
fins de dominação. Rompamos, pois, com a velha perspectiva eurocêntrica e
vejamos o negro africano como agente ativo de sua história e identidade.
[...]" O eurocentrismo tornou-se sinônimo
de sectarismo"[...](p.33)
Bibliografia: HERNANDEZ, Leila
Maria Gonçalves Leite. Prefácio e o olhar imperial e a invenção da
África._____________A África na sala de aula: visita a história contemporânea.
São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 11-12 e 17-44.
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