quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Antigo Egito: Uma Breve introdução



Objetivos:

1-Introduzir o assunto de forma concisa para um debate acerca da civilização egípcia;

2-Abordar as "principais" características dessa civilização;

3-Entender a mentalidade dos habitantes desse período e como suas crenças regiam suas vidas.

Somos cidadãos de uma sociedade moderna, e portanto, é impossível que compreendamos de forma plena a civilização egípcia. Entretanto, podemos considerar sua cosmovisão e trabalhar seu contexto intelectual.
Os egípcios viviam em um mundo no qual todas as coisas eram estáticas, fixas e imutáveis. Para eles até mesmo as fases do ciclo da natureza demonstravam a repetição dos atos e sua perpetuação, logo apresentavam sua imutabilidade.

Acreditavam que os deuses ditavam as ordens sociais, ou seja, a ordem social é parte da ordem cósmica. Criam na vida eterna, que a princípio era exclusivo aos monarcas e que com o passar dos anos se estendeu às demais classes da sociedade.
Houve durante as dinastias crises políticas e econômicas que afetaram não só o estilo de vida dos egípcios , mas constribuíram para mudanças em suas crenças. Visto que a vida no Antigo Egito era toda embasada nas crenças e nos ritos religiosos.

O próprio rei era considerado um deus. Possuia poder centralizado e mantinha a sociedade sob seu poder divino. Afirmar-se divino ou representante de um deus era uma forma mais fácil de legitimar seu poder diante dos egípcios. O Status divino do rei diante das massas foi questionado em alguns períodos. Por exemplo, no médio reino o rei era visto mais como um regente. No novo reino era visto mais como um general de exércitos do que como um deus. Sabendo que a figura do rei ou Faraó era o alicerce da sociedade egípcia, ou seja, era no rei que tudo adquiria equilíbrio e sentido,pois ele era a encarnação de Hórus e unia em si mesmo o divino e o humano, o cósmico e o social, a partir desses questionamentos a crença numa imortalidade feliz foi abalada. O resultado disso foi o aumento do uso de magia e superstições no cotidiano e ritos de passagem egípcios.
É bom salientar que a população sempre foi consciente de que Faraó era um homem mortal, mesmo crendo ser ele um deus, conhecia sua condição humana e suas fraquezas.

Os egípcios possuiam três maneiras de explicar a criação do mundo, a isso chamamos Cosmogonias. A criação também estava diretamente relacionada com os deuses. Eram inúmeros os deuses cultuados pelos egípcios, mas destacavam-se nos gostos populares: Osíres, Amon, Re e Ptá. Desse modo o Egito Antigo caracteriza-se pelo politeísmo. Muito se discute sobre a existência de um monoteísmo no Egito, mas prefere-se falar em Monolatria( culto a um deus em destaque, mas com o reconhecimento de outros deuses).

Como os egípcios criam na vida após a morte, eles preservavam os cadáveres através de um processo chamado mumificação que resultou da crença na importância do substrato material para a outra vida. Os Faraós construiam grandes pirâmides, que serviam como túmulos, extremamente necessários para a vida pós-morte. Lá eram colocados seus pertencem mais valiosos, com imagens de esculturas suas, e até mesmo comida e oferendas.
O Faraó que morresse transferia seu espírito para o novo monarca e as pessoas comuns passavam desse mundo para outro :o mundo dos mortos. Criam também num julgamento efetuado por Osíris, que puniria aquele que tivesse um coração mais pesado que uma pena de ave. Assim viviam os homens no antigo Egito.

Bibliografia:

JAGUARIBE, Hélio. Um estudo crítico da História. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra.2002.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Teoria da História




Objetivos:

1-Analisar os 3 níveis de discussão propostos pelo autor José D'assunção Barros a partir da afirmação" Uma teoria é uma visão de mundo"

2-Conceituar as expressões" Teoria da História " e "Filosofia da História"


O autor recorre a etimologia da palavra teoria para iniciar seu texto. A palavra vem do grego e remete a Deus, aquele que tudo vê. Logo, Teoria é uma forma de apreender a realidade; É uma maneira de ver o mundo.
A palavra assume 3 dimensões discussivas:

1-Teoria como campo de estudo: Território a ser explorado, muito bem delimitado. Trabalhada por profissionaise específicos com o uso de metodologias científicas.

2-Teoria como Modelo explicativo: Mais especulativo(Ex: Teoria do Big Bang, evolucionismo)

3-Teoria como Modo de apreender a Realidade: É a forma mais particular de se ver as coisas( fé, mito, filosofias). Carregada de subjetividade.

Teoria da História difere da filosofia da História. Antes de caracterizarmos tais diferenças, precisamos entender como foi o surgimento e o que tornou possível a teoria da História.
A transição do séc XVIII para o Séc XIX, a profissionalização do historiador, formação de comunidades historiográficas, o ato contínuo de criticar-se( olhar para sí), formulação de métodos através das fontes, a institucionalização da disciplina e a concepção de um tempo vetorial tornaram possível a teorização de História.

No séc XVIII a História era a narração de fatos verdadeiros. Já no sec XIX, com as comunidades de historiadores surgindo e debatendo acerca de teorias e metodologias, a fim de dar a História um status de ciência, surgiram os primeiros paradigmas historiográficos( ex: Positivismo)

Portanto, a Teoria da História busca refletir o processo da construção epistemológica e preocupa-se com a historiografia.. É Pensada por um grupo de intelectuais e não somente por um indivíduo, logo o Positivismo não pertence a Comte, nem o Historicismo a Ranke e etc.
Já a filosofia da História procura especular acerca do processo histórico( qual seu objetivo e significado). É a reflexão de um filósofo sobre esse processo( ex: Kant, Hegel) É claro que um teórico não deixa de filosofar enquanto teoriza.


Bibliografia:

BARROS, José D'assunção. Teoria da História.vol 1.Rj.Vozes,2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A economia Colonial no Brasil - Parte 3



Objetivo:

Analisar as atividades dos Bandeirantes e as expedições realizadas por Eles.

"Representando uma das atividades econômicas mais dinâmicas do Planalto paulista, a bandeira era, na verdade, um empreendimento militar organizado por várias famílias"[...](p.205)

As Bandeiras eram constituídas basicamente por brancos e mamelucos. Faziam expedições armadas, autorizadas pelo governo português, que avançavam para o sertão. Geralmente partiam de São Paulo.
Os Bandeirantes capturavam os indíginas e os vendiam como escravos a proprietários de terras, esta era uma das causas de suas expedições. Outra causa era a procura de metais e pedras preciosas. Ocorreram muitos atritos com os jesuítas, que catequizavam os índios. Os bandeirantes tinham fama de serem muito violentos, entretanto, foi graças a ação deles que ocorreu a ocupação interiorana do território colonial. Suas expedições contribuíram para o surgimento de vilas e cidades.( Eles foram os primeiros a descobrirem ouro na região das minas)
Os índios foram fundamentais para suas expedições. Eram seus guias dentro das florestas e mestres na arte de sobreviver nas matas.
Os bandeirantes ficaram conhecidos como sertanistas de contrato, pois eram contratados por portugueses para destruírem os focos de resistência à dominação branca.

[...]"O bandeirante era um selvagem, uma vez que capturava as índias para o exercício de suas torpezas e índios para o gracejo de seus interesses".(p.214)

Resumo sobre as Bandeiras:

1-Faziam seus serviços visando a aquisição de terras e riquezas;
2-Possuiam autoridade dos portugueses para escravizarem os nativos, devido a crise escravista africana;
3-Desenvolveram espedições que déram inicio a mineração na colônia;
4-Acabaram por ajudar na urbanização do interior colonial.

Bibliografia

AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.

A economia Colonial no Brasil - Parte 2



Objetivo:

Relacionar a pecuária e a "colonização dos sertões".

" O maior significado da pecuária no Brasil colônia foi representado pelo alargamento das fronteiras do território pelos portugueses[...](p.193)

Sabemos que a princípio a colonização portuguesa na América estava limitada a costa litorânea e voltada ao cultivo da cana para a produção do açucar, o ouro branco. Com a mineração, a população concentrouxe no centro- sul, promovendo assim uma urbanização nessa região. Foi neste período que desenvolveu-se a criação de gado, destinado às regiões das minas.
O Gado era fonte alimentícia e servia como força de tração nos engenhos. Desse modo atuava como uma atividade econômica secundária na colônia.
Sem sombra de dúvidas, a interiorização das terras brasileiras deveu-se a pecuária, que necessitava de grandes propriedades, ou melhor , de sua ocupação, Já que para a criação do gado utilizava-se pastagens e rios. Com a falta desses elementos, os pecuaristas migravam e isso expandiu o território colonial.
Com a produção canavieira evitou-se manter o gado no litoral. Isto fez com que a pecuária se desenvolvesse bastante e fizesse surgir muitos novos povoados, cada vez mais interioranos.

Bibliografia:

AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.

Estruturas Eclesiásticas da Idade Média



Objetivo:
Compreender quais foram as causas que impossibilitaram a teocracia ser implantada pela Igreja na idade média



[...]” Num primeiro momento,a organização da hierarquia eclesiástica visava à consolidação da recente vitória do cristianismo. A seguir, a aproximação com os poderes políticos garantiu à Igreja maiores possibilidades de atuação. Em uma terceira fase, o corpo eclesiástico separou-se completamente da sociedade laica e procurou dirigí-la, buscando desde fins do sec. XI erigir uma Teocracia que estava em via de se concretizar em princípios do sec. XIII.[...]”(P.67)

Assim como nos outros textos, Hilário Franco irá trabalhar o início, a ascensão e a queda de determinadas estruturas medievais. O autor começa seu texto ” estruturas Eclesiásticas”, mostrando como a igreja católica foi ganhando a forma que tem hoje. Ele chama a igreja de “herdeira do império Romano”, forma essa que a própria igreja se autodenominava .
A igreja foi a responsável por conciliar ou unir o mundo europeu fragmentado , deixado pelo caído império romano. Com status de propagadora da doutrina dos apóstolos, a igreja conseguiu ascender político, social e economicamente numa velocidade impressionante. Cada vez mais afastada da sociedade laica, a igreja ganhava prestígio e respeito de toda a sociedade medieval.

O autor nos mostra que ao englobar ou assimilar a cultura e crenças de povos não cristãos, a igreja cresceu com facilidade. Todavia, preparou para si mesma uma grande armadilha: o surgimento das Heresias. Estas acabaram por permitir a organização da estrutura eclesiástica, graças aos dezenove concílios ecumênicos realizados pela mesma.
A “santa” igreja ganhou tanto poder que sua imagem acabou confundindo-se com a própria Roma. Pois sua sede era em Roma, sua hierarquia era como a de Roma. Uma estava inseparável da outra.

A princípio a igreja estava sob a autoridade dos reis, que lhe doavam terras e legitimavam sua função espiritual. Entretanto, a igreja forjou um documento, em nome de Constantino, em que este declarava à igreja todo o legado romano. Desse modo, a igreja nada devia às autoridades temporais, pelo contrário, aquelas deveriam obedecer as ordens de Cristo, Rei dos reis, através da Santa Madre.
Muitos fatores contribuíram para a rápida ascensão da Hierarquia eclesiástica, como a relação Igreja/ Estado, o surgimento dos Mosteiros( Beneditinos, de Cluny, Franciscanos, etc), a reforma Gregoriana, que ortogava ao Bispo de Roma, o Papa, “todo” o poder na terra.

Em relação a Teocracia, vemos já no período da alta idade média, com Carlos Magno, uma espécie de Teocracia, pois o imperador Franco não só desempenhava sua função temporal, mas acreditava ser responsável pela direção espiritual de seu povo.(P. 72)
A igreja passou a buscar fontes para legitimar o poder espiritual sobre o temporal. Recorreu às escrituras sagradas e aos pais da igreja, como Santo Agostinho, a fim de tirar a igreja das mãos dos leigos, que possuíam em suas propriedades congregações particulares. Onde tinham poder não só sobre as esmolas e dízimos, mas sobre os frades que ali trabalhavam.

O objetivo da igreja era obter autonomia e passar a dirigir a sociedade. Para tanto, ela estipulou a Paz de Deus e a Trégua de Deus, métodos intervencionistas capazes de conter as guerras, pelo menos em determinados períodos da semana e do ano.
Em contra mão destes artifícios, a igreja institui As Cruzadas, para combater os hereges e exterminar os infiéis mulçumanos. Na verdade, as Cruzadas deram a igreja ainda mais poder:

“Enfim, no séc. XIII estavam reunidas todas as condições para o exercício do poder papal sobre a comunidade cristã”[...](p.77)

Após a reforma Gregoriana, o Papa foi ganhando cada vez mais poderes, e passou a ditar a vida medieval em todos os segmentos e escalas imagináveis. Ele era infalível e inquestionável. Eis aí o monarca eclesiástico.



Então, o que teria impedido a implantação da teocracia cristã medieval?



Primeiro: a igreja passa a ser questionada por sua postura, ao envolver-se nos assuntos seculares. Ela deveria cuidar das coisas sagradas e espirituais. Sua autonomia incomodou não só os nobres, mas aqueles cristãos devotos que viviam em mosteiros. Estes criticavam a ostentação e o luxo dos Bispos.( havia dois cleros, um secular, responsável por questões políticas e administrativas e um clero regular, responsável por obras sociais e espirituais)
Segundo: as grandes contradições e escândalos vividos pelos religiosos.( viviam entre Deus e o diabo). Isso fez com que a igreja perdesse muito do seu prestígio.
Terceiro: o surgimento das Heresias e sua repercussão popular fez com que a igreja tomasse medidas drásticas, matando os hereges. Porém essas medidas não foram capazes de sanar os problemas. As heresias punham em xeque a igreja e a autoridade papal, atribuindo ao diabo toda a criação visível, inclusive a igreja e o papa( heresia cartaginense).As heresias se disseminaram no seio das massas e era irreversível seu quadro.
Quarto: as divisões internas fragmentaram o poder papal. A transferência da sede do bispo de Roma para Avignon prendeu a igreja em um cativeiro, dando aos franceses grandes aberturas no poder.
O Cisma do Oriente e a existência de dois e até três papas no poder simultaneamente enfraqueceu ainda mais a Igreja. A crise estava instaurada e a Reforma protestante foi a cartada final para fazer cair por terra as pretensões teocráticas da santa Madre Igreja Católica.

BIBLIOGRAFIA

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A idade Média, nascimento do Ocidente.São Paulo-Brasiliense,2004.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A economia Colonial no Brasil



As questões a serem analisadas baseiam-se nos textos de Caio Acado Júnior e Rúbem Aquino.

Objetivo:

1-Entender a ocupação do centro sul a partir da atividade mineradora;
2-Analisar as formas de exploração do ouro e do dimante, bem como seus impostos;


A descoberta do ouro trouxe significativas mudanças para a colônia, por exemplo, mudnç do eixo econômico do nordeste para o sudeste, a intensificação do comércio entre diferentes regiões da colônia e a formação de núcleos urbanos, gerando consequentemente novos estilos de vida.

A extensa prática de exploração aurífera fez com que o governo português tomasse medidas administrativas, tais como a criação de intendência das minas, novas capitanias, transferisse a então capital, Salvador, paraa o Rio de Janeiro, a fim de aproximar o império das minas.

Com todas essas transformações fez-se necessário o desenvolvimento de um comércio local, o cultivo agrícola, para facilitar a permanência dos exploradores e mineradores naquelas regiões.

[...]" A necessidade de abastecer a população...estimulará as atividades econômicas, num raio geográfico largo que atingirá não somente as capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas também São Paulo"[...](p.64)

Na região mineradora havia vários tipos de minas, obviamente. Existiam os grandes mineradores que exploravam e extraiam em grande escala e através do trabalho compulsório dos africanos. Faziam isso através das lavras com equipamentos mais aperfeiçoados para conduzir ou desviar o curso dos rios. Nas pequenas minas trabalhavam os faiscadores, que extraiam pouco ouro com instrumentos bem rudimentares e geralmente sozinhos.

Escravos também faiscavam com intúito de pagarem sua alforria, coisa difícil, mas não impossível de ocorrer.

O diamante também era explorado na colônia, mas os olhares estavam principalmente voltados para o ouro. O governos português ,visando o controle das minas, estipulou tributos para o uso das mesmas. A princípio o Quinto( 20 % da produção anual), o Derrame( confisco dos bens dos habitantes das regiões mineradoras que não conseguiam cumprir a meta anual estipulada pela Metrópole). Tudo isso sob responsabilidade das intendências mineradoras.

" Em resumo, o sistema estabelecido era o seguinte: para dirigir a mineração, fiscalizá-la e cobrar o tributo"[...](p.57)

Também foram criadas as Casas de Fundição, responsáveis pela selagem real das barras de ouro que circulavam na colônia e para separação do Quinto. Quanto a exploração do diamante, as minas eram arrendadas, já que não é possível a selagem do mesmo.

Bibliografia:

ACADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1994.
AQUINO,Rubim. Sociedade brasileira: uma História através dos movimentos sociais.Record,2000.